Nesta quinta-feira (7), o governo da Irlanda anunciou que vai aderir a um acordo que estabelece uma taxa mínima de 15% em impostos sobre os lucros de multinacionais.

Na prática, esta será uma grande mudança para o país, que hoje é sede no continente europeu para grandes empresas como Google, Apple e Facebook.

O plano estabelecido em julho atuará em duas frentes: ajudar a acabar com a evasão fiscal e tornar as regras tributárias internacionais mais claras e justas.

Estimativas apontam que com a nova taxa, seriam gerados cerca de US$ 150 bilhões em receitas fiscais anualmente, o que, segundo a Irlanda, ajudaria a estabilizar o sistema tributário internacional.

A iniciativa se aplica somente para companhias com faturamento acima de € 750 milhões (cerca de R$ 4,8 bilhões na cotação atual) e também obriga que as empresas paguem impostos em países onde seus produtos ou serviços são vendidos.

Vale ressaltar que a Irlanda servia como uma espécie de paraíso fiscal para grandes empresas de tecnologia justamente por conta de sua baixa taxa de impostos corporativos.

Atualmente, segundo um órgão de comércio do país, cerca de 800 empresas americanas estão operando por lá, juntas elas empregam cerca de 180 mil pessoas.

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A Apple, por exemplo, abriu a sua primeira sede na Irlanda em 1980, e agora emprega cerca de 6 mil pessoas em seu campus. O Facebook, por sua vez, estabeleceu sua sede internacional em Dublin em 2008.

Ministro diz que mudança não deve impactar na economia do país

O ministro das finanças irlandês, Paschal Donohoe, disse em comunicado que mesmo com as mudanças acredita que as empresas ainda vão optar por localizar as suas sedes na Irlanda.

“Estou confiante que a Irlanda permanecerá competitiva no futuro e continuaremos sendo um local atraente”, disse Donohoe. “Essas empresas multinacionais apoiam nossa economia com empregos e, ao mesmo tempo, a Irlanda oferece uma plataforma estável e um histórico comprovado de sucesso para as multinacionais que optam por investir aqui”, finalizou.

Se o acordo avançar, a previsão é de que as alterações fiscais comecem a valer em 2023.

Via: The Verge