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Saiba quais cidades vão receber as primeiras estações da TV 3.0 no Brasil

Saiba quais cidades vão receber as primeiras estações da TV 3.0 no Brasil

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Data: 20/08/2024
Veículo: Valor Econômico

Início será em 2025, e população das duas cidades ainda não vai experimentar os novos recursos da tecnologia

São Paulo e Brasília devem ser confirmadas como as duas cidades que vão receber, em 2025, as primeiras estações de transmissão, em caráter experimental, da TV 3.0. Nessa fase, a população das duas cidades ainda não vai experimentar os novos recursos – conteúdos “imersivos”, com mais interatividade e personalizados, como já ocorre nas plataformas de internet – prometidos por essa evolução da televisão aberta.

“A ideia é ter duas estações experimentais em São Paulo e uma em Brasília, acessíveis às emissoras comerciais e públicas para que possam realizar seus testes”, afirmou ao Valor Artur Coimbra, diretor da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). A expectativa é que haja ainda estações complementares para replicar o sinal paraalém do centro das cidades.

A iniciativa integra o rol de seis projetos a serem financiados com a sobra de R$ 500 milhões dos investimentos reservados para a digitalização do sistema de TV aberta no país. No valor histórico total de R$ 3,6 bilhões, os recursos foram garantidos no segundo leilão de redes de celular 4G realizado pela Anatel, em 2014.

O ano de 2025 ainda será um período de testes da TV 3.0 para as emissoras. Televisores e conversores de sinal, que vão possibilitar o uso da nova tecnologia nos atuais aparelhos, não estarão à venda no varejo. Só depois, a indústria deve se mobilizar para produzir os equipamentos em larga escala para a população.

“Será o momento de levantar o máximo de conteúdo, não de entretenimento, mas de conhecimento técnico da tecnologia que estamos adotando”, disse Wender Souza, engenheiro da Associação Brasileira de Rádio e Televisão (Abratel). Ele explicou que boa parte do conteúdo audiovisual passará a ser armazenada em datacenters virtuais, na “nuvem”, o que resultará em “redução expressiva” de custo de operação, mas confere maior complexidade ao gerenciamento nessa primeira fase.

“O padrão de TV 3.0 concebido no Brasil pega o melhor de várias tecnologias de diversos fabricantes e fornecedores. Não há, no mundo, um sistema idêntico ao brasileiro”, complementou. Segundo ele, a fase de teste pode levar dois anos, até o fim de 2026.

O mercado espera que, até o fim deste ano, o governo publique o decreto que confirmará a escolha do padrão tecnológico recomendado pelo Fórum do Sistema Brasileiro de TV Digital (SBTVD), semelhante aos adotados nos Estados Unidos e na Coreia do Sul.

Ao Valor a entidade esclareceu que o padrão brasileiro de TV 3.0 “tem alguns dos componentes tecnológicos do padrão americano, o que não significa que sejam absolutamente iguais”. De acordo com o Ministério das Comunicações, o decreto deve sair “até dezembro deste ano”. A norma ainda “está sendo discutida no grupo de trabalho, que também conta com representantes dos ministérios da Fazenda e da Ciência, Tecnologia e Inovação, além de entidades representativas do setor”.

Em reunião no último dia 8, o conselho diretor da Anatel decidiu que metade dos R$ 500 milhões será empregada na instalação de torres de telefonia celular em localidades sem esse serviço, nem previsão de atendimento por outra política pública. Coimbra disse que, ao menos, 209 dessas localidades devem ser contempladas com a chegada da rede 4G.

A aplicação dos recursos é feita pela “Seja Digital”, constituída pelas operadoras encarregadas de cumprir os investimentos previstos no leilão. Ao Valor o presidente da entidade privada, Antonio Carlos Martelletto, informou que este ano já deve ter um “edital-piloto” para contemplar as primeiras 50 localidades. Segundo ele, a contratação envolve a instalação de torre de celular e rede física para escoar o tráfego de dados, com investimento estimado em R$ 1,2 milhão em cada estrutura.

“A operadora que participar não terá só o custo de implantar, mas também de manter por cerca de 20 anos em local que ainda não tem retorno comercial, onde o ROI [retorno sobre o investimento] é negativo”, afirmou Martelletto.

Outras cinco iniciativas serão bancadas com a outra metade da sobra de recursos (R$ 250 milhões). São eles: o projeto da transmissão experimental de TV 3.0 em São Paulo e Brasília (R$ 87 milhões); o custeio de retransmissoras de TV digital administradas por prefeituras (R$ 45 milhões); o desenvolvimento de ferramentas de TV 3.0 para emissoras públicas (R$ 10,5 milhões); a transferência das duas primeiras estações experimentais para emissoras públicas (R$ 2 milhões); e o financiamento do projeto “Brasil Digital”, voltado para fortalecimento da radiodifusão pública, coordenado pela estatal EBC (R$ 105,5 milhões).

A EBC avalia que esse investimento vai possibilitar “a ampliação da cobertura geográfica das emissoras públicas, alcançando regiões onde a comunicação é menos presente”. A estatal destacou que o “novo modelo suportará resoluções de vídeo mais altas, como 4K e 8K, além de oferecer áudio imersivo de alta qualidade”, com recursos de “interatividade avançada” do telespectador com a geradora de conteúdo, possibilitando a “escolha de ângulos de câmeras e acesso a programações adicionais em tempo real”.

Questionada sobre o direcionamento de recursos aprovado pela Anatel, a Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert) defendeu que “tais projetos são importantes, não apenas para a radiodifusão, mas, sobretudo, para a população brasileira, principalmente no que diz respeito ao acesso à informação, cultura e entretenimento”.Nesta quinta-feira (22), a Anatel deve reunir radiodifusores e operadoras de telefonia para definir os grupos técnicos que vão coordenar os seis projetos financiados com a sobra de recursos do leilão.

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