Data: 21/08/2024
Veículo: SET Brasil
A TV 3.0 vai mudar o padrão da TV aberta e novos cenários irão se apresentar para a radiodifusão brasileira a partir da adoção dessa tecnologia. A palestra “TV 3.0: Transformando Negócios e Redefinindo a TV Aberta no Brasil” levou profissionais do setor público e privado para falar sobre a evolução dessa nova tecnologia.
Com moderação de Sérgio Eduardo Di Santoro Bruzetti, assessor de Planejamento de Engenharia da RecordTV, reuniram-se Adriano Adoryan, gerente de soluções na RNP, Samir Nobre, diretor-geral da Abratel, Maíra Bittencourt, diretora-geral da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), e Luiz Fonseca, Marketing Associate Director da Accenture Song.
De acordo com a diretora-geral da EBC, a empresa vem fazendo movimentos em relação à TV 3.0, mas também tem colocado esforços no reforço de sinal, ainda no modelo tradicional, enquanto analisa o potencial da nova tecnologia. “Do ano passado para cá, fizemos um movimento de expansão da rede nacional de comunicação pública e expansão com parceiros públicos, no intuito de efetivamente levar o sinal da rede nacional de comunicação pública para todos os municípios ainda dentro do modelo atual. Entendemos que a migração para TV 3.0 deve garantir melhor qualidade de imagem e áudio, mas também a multiprogramação. Para o campo público, essa questão da multiprogramação é bastante importante, tanto para a rede legislativa, quanto para a rede nacional de comunicação pública. Temos discutido também a hipersegmentação para que ela possa servir para políticas públicas e serviços”, explica.
A Abratel abordou questões de usabilidade dos televisores, que, segundo Samir Nobre, o diretor-geral da associação, hoje não oferecem uma experiência interessante para o acesso à TV aberta. “O sistema público e estatal é responsável pela promoção da cultura nacional e regional por meio da complementaridade do sistema de radiodifusão privado, assegurando o acesso plural e democrático. A evolução da tecnologia de televisão não pode ser justificativa para simplesmente retirar os canais da TV aberta do display de um televisor, por exemplo. Mas a TV aberta é realmente grátis se você precisa comprar uma antena para que ela funcione?”, diz Nobre.
Já no que tange à monetização da TV 3.0, as parcerias dos canais com outras plataformas pode ser um caminho interessante nessa jornada de coexistência. Adriano Adoryan, gerente de soluções na RNP destaca a importância dessa troca de audiência. “Teremos momentos em que a minha audiência vai consumir essas outras plataformas. Por que eu não rentabilizo essa troca? Podemos fazer uma parceria com a plataforma, criar horários e formas de fazer esse intercâmbio de público. Desenvolver a própria plataforma de streaming é interessante, mas você não precisa ter toda essa infraestrutura, pode fazer parcerias”, diz Adoryan.
A publicidade, por sua vez, também é algo que poderá ser explorado na TV 3.0, com melhorias significativas que podem ajudar na luta por atenção aos espaços publicitários. “Não discutimos aqui só a TV em si, discutimos casos de uso que impactam no dia a dia do usuário. Quando falo da atratividade dos espaços publicitários, me refiro à segmentação. Métricas precisas nos permitem monitorar de forma bem detalhada o desempenho das campanhas, otimizar o retorno, anúncios clicáveis, interativos, compras diretas, campanhas multicanal, campanhas 360, onde eu consigo abordar um público-alvo e impactá-lo de forma coerente em vários lugares para extrair o resultado”, afirma Luiz Fonseca, Marketing Associate Director da Accenture Song.