Depois de um primeiro semestre ruim para o setor eletroeletrônico – com exceção dos fabricantes de smartphones – a indústria se queixa de que os investimentos em telecomunicações estagnaram, à espera do prometido, mas agora incerto, leilão da faixa de 700 MHz.
“Os investimentos estão parados em função da não realização dos leilões da faixa de frequência de 700 MHZ. Até que este leilão seja realizado não há perspectiva de retomada dos investimentos”, disparou a Abinee nesta quarta-feira, 13/8, ao apresentar o desempenho agregado entre janeiro e junho deste ano.
Sinais de um segmento dividido. De fato, os dados da entidade indicam que na primeira metade deste ano o faturamento relacionado a equipamentos de infraestrutura em telecomunicações caíram 9% em relação ao mesmo período de 2013 – em que pesem as metas de cobertura de 4G que venceram em junho último.
É bem distinta a realidade para os fabricantes de telefones móveis. O faturamento com a venda de celulares cresceu 27% entre janeiro e junho, puxado pela massificação dos smartphones. Nas contas da Abinee, 7 em cada 10 celulares vendidos no período são ‘inteligentes’.
No geral, porém, a entidade está claramente insatisfeita com a queda de 4% no faturamento agregado das indústrias elétricas e eletrônicas e já reviu o desempenho para 2014: o recuo em quatro pontos deve prevalecer e não o crescimento antes imaginado de 5% este ano.
Nem mesmo a alta de 11% nas áreas de Automação Industrial e de Equipamentos Industriais animou. “O desempenho é justificado pelas encomendas de equipamentos ocorridas no final do ano passado, e que geraram faturamento para este início de ano.”
“Com exceção da área de Telecomunicações, o faturamento de todas as demais apresentaram crescimentos menores no 2º trimestre do que no 1º trimestre, fato que reflete a queda dos negócios ao longo do semestre”, lamenta a Abinee, ao lembrar que o ritmo já causa demissões – pelo menos 1,5 mil nos últimos dois meses.
Lista ainda a Associação que, “em Informática, o crescimento das vendas dos tablets não foi suficiente para compensar a queda dos notebooks e desktops”. Ou seja, apesar da alta de 21% nos primeiros, os demais caíram 22% e 33%, respectivamente.
Para 2014, a Abinee reviu sua projeção anterior (crescimento nominal de 8% e real de 5%), prevendo que os percentuais deverão ser os mesmos do primeiro semestre – queda real de 4% e crescimento nominal de 3%.
A balança comercial de produtos do setor deverá apresentar déficit de US$ 36,9 bilhões, ou seja, crescimento de 2% em relação a 2013. AS exportações deverão atingir US$ 7 bilhões e as importações US$ 43,9 bilhões.
*Com informações da Abinee
Luís Osvaldo Grossmann
Convergência Digital
