Presidente da operadora disse que o fato relevante da Oi foi recebido com estranheza pela controladora Telecom Italia
O presidente da TIM, Rodrigo Abreu, reafirmou, nesta terça-feira (2), que a operadora não está à venda. “O nosso controlador, a Telecom Italia, já declarou várias vezes a importância estratégica da empresa para o grupo, já declarou seu compromisso de longo prazo com o país e que é um ativo estratégico e que escutou com estranheza o fato relevante [da Oi] da semana passa”, disse. O comunicado da operadora brasileira falava da contratação de banco para estudar uma proposta de compra da TIM para, no entendimento de analista, ser fatiada com outras teles.
Abreu disse que na semana passada a Telecom Italia deu uma demonstração clara de compromisso com o país. Uma delas foi uma tentativa de promover uma combinação industrial com a GVT, com proposta aprovada pelo conselho de administração, mas que não foi para frente porque o grupo não achou interessante entrar em uma guerra de preço com a Telefónica e, portanto, desistiu de continuar. “O mesmo conselho também aprovou a nossa participação incondicional do leilão da faixa de 700 MHz”, disse.
O presidente da TIM assinalou que não existe proposta da Oi e, caso apareça, será analisada como todas as outras, se fizer sentido. Do mesmo modo, afirmou que a operadora está atenta a outras oportunidades no mercado brasileiro. No momento, a estratégia da operadora é continuar investindo no Brasil, para continuar crescendo no mundo de dados, para se manter líder no mercado pré-pago e no uso de internet por smartphone.
Apesar do apoio ao leilão de 700 MHz e da vontade que ele ocorra na data marcada, Abreu confirmou que veio a Brasília falar com o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, sobre os pedidos de impugnação feita ao edital pela operadora. O principal ponto contestado pela TIM é a necessidade de prazo de 12 meses para uso da frequência após o desligamento do sinal analógico do setor. “Se houve o switch off é porque todas as condições técnicas foram atendidas, então para que serve essa demora?”, questiona.
Outro ponto que a TIM discorda é sobre as garantias para pagamento dos recursos para a limpeza da faixa. Conforme o edital elas só serão devolvidas no final do pagamento de todas as parcelas. “Nesse caso, no final as garantias serão mais altas do que devemos”, disse. A operadora também reivindica que seja estabelecido um teto máximo para os recursos destinados à limpeza da faixa, limite que não está claro no edital, segundo a TIM
Abreu também afirmou que a desistência de financiamento das outorgas pelo BNDES – anunciado inicialmente pelo governo, que depois voltou a trás – não trará prejuízos para a participação da TIM no leilão. Mas, a probabilidade é de que a operadora parcele o pagamento da frequência. Para isso, também pediu impugnação do item que prevê correção das parcelas com juro de 1%, o dobro do que foi cobrado no leilão da faixa de 2,5 GHz.
Tele Síntese
Lúcia Berbert