Data: 17/03/2022
Veículo: Poder360
Apesar da escassez de semicondutores, companhia afirma ter capacidade para entregar os equipamentos contratados até o final do 2º trimestre
Apesar da escassez de componentes no mercado, a Ericsson tem capacidade para entregar os equipamentos 5G contratados até pelo menos o final do 2º trimestre, segundo o presidente da companhia para o Cone Sul, Rodrigo Dienstmann. A declaração foi feita a jornalistas nesta 5ª feira (17.mar.2022).
“Estamos com a nossa produção em dia, nossos clientes estão recebendo, os equipamentos estão sendo implantados. Eu estou tranquilo até o 2º trimestre, mas todo dia eu tenho que olhar o nosso relatório de supply [fornecimento] para garantir que não houve escorregos”, declarou.
Segundo o executivo, “os ponteiros estão todos verdinhos” para a implantação do 5G nas capitais até julho deste ano. Sem dar números exatos, Dienstmann afirma que a companhia já entregou “dezenas de milhares” de equipamentos.
A escassez de semicondutores no mercado já era um problema para o setor de telecomunicações, mas foi agravado com a guerra na Ucrânia. O país invadido é um dos principais fornecedores de gás neônio, usado em lasers que, por sua vez, gravam padrões nos chips. Esses semicondutores são componentes das antenas necessárias para a cobertura do 5G.
A nova geração de telefonia móvel demanda mais antenas que o 4G. A Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) chegou a projetar aumento de até 61% no total de estações rádio base (ERBs) até 2029 por causa da implantação do 5G.
De acordo com o presidente da Ericsson, há atualmente escassez de componentes simples como chips de fontes de potência. A companhia já havia feito um estoque preventivo e, com a guerra, está diversificando seus fornecedores.
A Ericsson tem uma fábrica em São José dos Campos (SP). Segundo o executivo, cerca de 40% dos equipamentos produzidos são exportados. A proporção deve diminuir com a implantação do 5G no Brasil. Embora as metas da Anatel estipulem implementação gradual da tecnologia, a avaliação é que por motivos de concorrência as operadoras antecipem etapas.