Em mais um capítulo da guerra contra bloqueadores de propagandas na internet – ou adblocks, no jargão inglês largamente adotado – grandes publicações francesas, além do igualmente francês Deezer, o serviço de streaming de música, abriram nesta semana uma nova campanha contra a utilização desses aplicativos, na prática extensões instaladas nos navegadores da web.
A campanha varia. Segundo informa a The Verge, algumas publicações como o Le Monde ou o L’Express, vão permitir acesso, mas quem usar algum app que bloqueia propaganda vai receber mensagens pedindo que a extensão seja desabilitada ou a inclusão do site na lista de ‘autorizados’ a mostrar publicidade.
Outros, como Le Parisien e L’Équipe, tornaram suas páginas na web inacessíveis para quem usar algum adblock. Em artigos nas publicações que fazem parte da campanha, editores sustentam que a publicidade é uma forma de viabilizar o acesso aos internautas que não são assinantes.
O movimento de sites franceses nem de longe é isolado. O uso de programas que bloqueiam propagandas na internet vem crescendo, assim como a reação a eles. O tema já foi aos tribunais, como aconteceu na Alemanha(com vitória do AdBlock). Outros países também testam bloqueadores de bloqueadores, ou experimentam as reações dos usuários sobre o assunto – como faz a Forbes, nos Estados Unidos.
Segundo pesquisas feitas desde o ano passado (como da Ipsos ou da CBS Interactive) indicam que as pessoas instalam bloqueadores para eliminar anúncios desagradáveis, proteger a privacidade, aumentar o desempenho das conexões – ou assim sugerem 89% dos internautas ouvidos.
Há vários disponíveis, mas o Adblock Plus teria 51% do mercado, enquanto o Adblock outros 38%. E o uso disparou – eram 20 milhões de usuários de algum tipo de programa desses em 2009, número que bateu em 200 milhões no ano passado.
Segundo a pesquisa da CBS, nos EUA algum adblock atua em 12% das visualizações de páginas. Na Europa, ainda mais – chegando a 30% dos pageviews na França – o que ajuda a entender porque a associação dos jornais no país, a Geste, é uma das mais ativas contra esse tipo de solução online.
A preocupação dos anunciantes cresce porque embora esse fosse um dilema mais agudo nos desktops, ela tende a ficar maior com o uso desse tipo de bloqueador para os navegadores usados nos smartphones. Em particular, desde que a Apple abriu o uso deles a partir do iOS 9 – e eles passaram a entrar na lista dos apps mais baixados.
Convergência Digital