Data: 19/7/2022
Veículo: Tele.Síntese
ABTA realiza monitoramento dos usuários e denuncia responsáveis por promover o serviço irregular. Mais de 120 alvos já foram denunciados nos últimos três anos
Os sites de streaming piratas mais populares no Brasil somam 37 milhões de visitas e os assinantes das principais plataformas de IPTV paga são quase 400 mil no país. Os dados, que mostram parte da dimensão do consumo do serviço irregular, são da Associação Brasileira de Televisão por Assinatura (ABTA), que monitora e denuncia os responsáveis.
Jonas Couto, diretor da ABTA, falou sobre o cenário complexo de pirataria audiovisual durante a Live Tele.Síntese 2022, realizada na tarde desta segunda-feira, alertando sobre os riscos quanto à violação da segurança cibernética e proteção de dados dos usuários.
“A pirataria audiovisual tem que deixar de ser romantizada. Estamos falando de muito mais males do que benefícios. Do ponto de vista de ordenamento social, nós nunca teremos uma sociedade organizada se continuarmos compactuando que esse é um caminho positivo”, afirmou Couto.
De acordo com o diretor, a ABTA tem investido em uma estratégia público-privada de monitoramento. Por meio de serviços regulamentados de parametrização de robôs, a associação consegue auxiliar na identificação de usuários que propagam conteúdo de forma ilegal e levar os casos às autoridades.
Nos últimos três anos, houve mais de 120 alvos denunciados, com inquéritos abertos em operações realizadas pelo Ministério Público, Secretaria de Operações Integradas (Seopi) do Ministério da Justiça e da Polícia Civil de São Paulo.
“É um processo de amadurecimento que estamos vivenciando, a ponto de, neste ano, conseguirmos uma ordem judicial dinâmica. Ou seja, não preciso mais voltar ao juiz para pedir pra ele me autorizar um novo bloqueio de um novo DNS se for daquele mesmo alvo, porque ele já legitima”, conta Couto.
SITES DE STREAMING E IPTV FORA DA PRATELEIRA
Segundo o diretor, uma das formas do consumidor identificar se está fazendo uso de serviço pirata é observar o funcionamento, já que a transmissão é afetada quando há fiscalização e, consequentemente, a desativação do conteúdo.
“O que acontece na prática, quando você desativa: aquele assinante que em uma pirâmide invertida está municiando uma série de operações piratas, se você apaga, todas as operações piratas acima vão ser impactadas negativamente. Esse é um jeito do assinante descobrir que ele está diante de um meio pirata e ilegal para assistir a conteúdos audiovisuais”, afirma Couto.
No entanto, ele afirma que a melhor forma de combater a pirataria é eliminando a oferta, o que cabe aos órgãos competentes. “Sendo bem transparente, ninguém tem dúvida de que todos os usuários amam os conteúdos e querem acessar. Se eu evito que a oferta ilegal esteja na prateleira, é muito provável que essa demanda migrará para as ofertas legais”, finaliza.