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A ética e a democracia andam juntas? Por que os políticos mentem tanto? A verdade é uma ilusão? Diversas reflexões e pontos de vista sobre essas e outras questões são costuradas no livro “Verdades e Mentiras – Ética e Democracia no Brasil”, escrito por Gilberto Dimenstein, Leandro Karnal, Luiz Felipe Pondé e Mario Sergio Cortella.
Em meio à discussão sobre corrupção no cenário político nacional, os autores foram convidados pela editora Papirus para escrever sobre o assunto, discutindo temas que tratam de práticas e dilemas da vida pública.
“A ideia era fazer um debate não circunstanciado, mas que pudesse ampliar essa reflexão sobre o que é ética, cidadania, o Estado, o cidadão, usando princípios filosóficos, sociológicos, mas que pudesse ser acessível às pessoas”, conta Dimenstein.
O jornalista diz que sua participação na produção da obra se deu para que o debate não ficasse muito hermético. “Há algo em comum, pois todos [os autores] são ligados com educação, comunicação e cidadania. Tivemos encontros de horas e horas pra sair alguma coisa significativa para os leitores”, acrescenta.
Logo no início do livro, Dimenstein faz uma provocação, questionando aos pensadores se a ética da política é diferente da ética do cidadão. Ele observa que o jornalista permeia nos dois lados da questão.
“Quando a gente é jornalista, tem um nível de olhar da política que é de que não se conforma, que é olhar da ética do cidadão, está ali como espectador. Mas quando o repórter está cobrindo a esfera do poder, ele consegue entender a ética do político, que é a ética do poder. São duas éticas, dois jeitos de se relacionar com o mundo”, explica.
Em “Verdades e Mentiras”, Dimenstein também chama a atenção para a intolerância nas redes sociais. Ele acredita que o lado interessante do uso das plataformas é que grande poder dado às pessoas.
“É um canal enorme de informação, tem papel protagonista para promover debates e provocar. Evidente que tem tem que buscar informações de credibilidade, mas é quase que um fórum permanente”, afirma.
O jornalista destaca ainda o papel dos meios de comunicação numa sociedade democrática. “A imprensa tem papel muito importante na democracia. Basicamente, a mídia está ao lado do cidadão. E está cada vez mais crítica em relação ao poder”.