“Essa é a discussão mais importante que está acontecendo no Congresso Nacional”, com essa frase o Senador Valter Pinheiro traduziu a audiência pública, promovida pela Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e informática do Senado. A reunião foi realizada na última terça-feira (29).
Para o engenheiro de comunicações da Abratel, André Felipe Trindade, o problema são as incertezas sobre o cenário de convivência entre os dois sistemas. Trindade vem participando, desde o início, das discussões e testes envolvendo a digitalização da TV. “Nos testes realizados vimos casos em que o filtro, sozinho, poderá ser insuficiente para mitigar a interferência do transmissor do LTE na recepção de TV Digital. Existem outros casos em que a emissão fora de faixa do terminal do usuário possa inviabilizar a recepção do sinal digital do sinal de televisão”, afirmou Trindade.
O Engenheiro da Abratel deixou claro que mesmo obedecendo a Resolução 625 da Anatel, haverá interferência do sinal de internet móvel na recepção da TV digital, caso outras soluções e medidas não sejam tomadas. “É necessário que seja disponibilizado pelos fabricantes, terminais móveis com melhor desempenho do que o estabelecido na referida resolução”.
O Ministério das Comunicações (Minicom), representado pela secretária de Comunicação Eletrônica, Patrícia Ávila, esboçou um histórico do trabalho desenvolvido desde o início das discussões da digitalização da TV.
Patrícia informou que uma das maiores prioridades do Minicom é a mitigação das interferências. “Está é uma premissa que trabalhamos, resolver o problema de interferência, para que os dois sistema convivam harmonicamente”. Quanto a TV ela foi taxativa, “a televisão não será prejudicada”.
A representante da Sociedade de Engenharia de Televisão (SET), Ana Eliza Faria e Silva, alertou para a importância da divulgação dos resultados dos testes desenvolvidos pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). De acordo com ela, os relatórios prometidos para o final deste mês, ainda não estão fechados e são essenciais para dar continuidade à discussão.
Ainda segundo ela, grande parte da população irá sofrer com a implantação dos dois sistemas. “O brasileiro que costuma assistir TV e consumir celular não conseguirá executar os dois serviços. E a antenas internas, maioria nas casas, não funcionarão nem com o filtro proposto”, revela a diretora da SET.
Por João Camilo
Ascom Abratel