Entidade diz que interferências entre os dois serviços são motivos de preocupação do setor de radiodifusão
A Associação Brasileira de Rádio e Televisão (Abratel) solicitou ao Ministério das Comunicações (MiniCom) um posicionamento oficial a respeito das possíveis interferências que a tecnologia 4G poderá causar no sinal digital de TV. A preocupação da entidade aumentou com a notícia da antecipação do desligamento do sinal analógico, previsto para começar nos primeiros meses de 2015.
A associação pediu, mais uma vez, a divulgação dos resultados dos testes realizados pela Anatel. “Foram realizados dois testes de convivência dos sistemas LTE e TVD na faixa de 700 MHz pela agência. O primeiro ocorreu no Centro de Comunicações e Guerra Eletrônica do Exército Brasileiro, em Brasília, e o último, no laboratório CertLAB, em São Paulo. Até o momento não foi tornado público qualquer relatório sobre estes dois testes. Além disso, existe a necessidade de que novos testes sejam realizados, principalmente em dimensões maiores e fora do laboratório”, declarou o presidente da Abratel, Luiz Cláudio Costa.
No documento enviado ao ministério, Costa, também, salientou que não existem, ainda, estudos que realmente comprovem a inexistência de interferência e, consequentemente, a convivência harmônica entre os dois sistemas. “Não é de nosso conhecimento qualquer estudo conclusivo produzido por nossos órgãos reguladores mensurando a interferência entre os dois sistemas bem como apresentando soluções que possam dar tranquilidade aos radiodifusores”.
Receptores
O presidente da Abratel registra, também, a preocupação da associação com a tecnologia dos receptores usados pela população para o recebimento do sinal. “Permanece dúvida se estes equipamentos serão os mesmos já produzidos hoje ou se será necessário a incorporação de tecnologias resistentes a possíveis interferências do sinal 4G/LTE, como por exemplo, filtros mais eficazes. Se a gama de receptores atuais se mostrar suscetível à interferência e a solução apontar para a necessidade de substituição destes equipamentos, o início do switch off previsto para 2015 se tornará infactível”.
Fonte: Telesíntese