Evento contou com a presença de conselheiros da casa, profissionais da comunicação e representantes de associações da radiodifusão
O presidente da Associação Brasileira de Rádio e Televisão (Abratel), Márcio Novaes, participou, nesta quarta-feira (23), da cerimônia de comemoração pelos 100 anos do Rádio no Brasil. O evento foi realizado no auditório da sede do Ministério das Comunicações (MCom). Na ocasião, foram entregues medalhas para radiodifusores e personalidades do setor de todo o país.
Na solenidade, realizada em parceria com a Empresa Brasil de Comunicação (EBC), ocorreu a obliteração do selo de 100 anos do Rádio com os Correios e o anúncio da isenção de cobrança dos domínios am.br e fm.br para emissoras que renovarem ou receberem novas outorgas. Houve, ainda, a apresentação de um balanço da Secretaria de Radiodifusão e exposição de peças do acervo da EBC.
Em discurso, o ministro das comunicações, Fábio Faria, destacou a importância de se levar o meio em aparelhos de celular. “As pessoas podem ouvir o rádio de qualquer canto, mas agora, também, pelo celular. Isso é importante porque não é necessária conexão via internet”, comemorou.
Convidado a falar sobre a importância do meio, Novaes citou suas lembranças de frequentar campos de futebol com a companhia do aparelho. “É algo muito característico do rádio e que as pessoas esquecem. Foi o primeiro aparelho de comunicação portátil e esquecemos que ele é muito além da máquina, além de feito por quem tem paixão”, disse.
A Abratel comemora a data e reconhece o Rádio como o meio que mais impactou a comunicação no país em toda a história. Para Márcio Novaes, o meio segue vivo mesmo com todas as tecnologias.
“O rádio funcionava a pilhas, na tomada, funciona no celular, em smart speakers, em televisores modernos. O meio completa 100 anos se reinventando, remodelando, aprendendo como produzir novos conteúdos e a conquistar gerações muito diferentes. Sejam os amantes do futebol, que escutam a transmissão no campo, sejam as crianças se conectando com seus avós ao ouvir uma música sintonizada na emissora favorita da família. O rádio ainda estará aqui por muitos mais anos”, comemora.
Após 100 anos de sua criação, o meio segue sendo um dos mais importantes meios de comunicação, como mecanismo de propagação da cultura brasileira, informação, cobertura jornalística e debate, se reinventando e se adaptando às novas tecnologias que surgem concomitantemente, mantendo seu objetivo principal: a comunicação.
Assista à cerimônia:
Breve história
Em 7 de setembro de 1922, comemorou-se o centenário da Independência do Brasil. Uma forma de celebração envolvia uma nova tecnologia para a época: uma transmissão de rádio à distância e sem fios. A voz do presidente Epitáfio Pessoa ecoou pelas ondas de radiodifusão pela primeira vez na história. Este foi o início do Rádio em solo brasileiro.
Há 100 anos, o Brasil conhecia o, até então, mais revolucionário equipamento de comunicação de massa. A transmissão foi captada por uma antena no morro do Corcovado, no Rio de Janeiro, e transmitida na Rádio Sociedade.
Entretanto, foi apenas em 20 de abril de 1923 que a primeira emissora brasileira foi fundada, a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, hoje conhecida como Rádio MEC, fundada por Roquette Pinto, com o propósito de ser um veículo de comunicação educativo, cultural e artístico.
Desde então, diversas emissoras surgiram, como a Rádio Record, Rádio Nacional, Rádio Tupi entre outras. Em 1932, as rádios passaram a ter permissão para realizar publicidade. Com isso, as emissoras se profissionalizaram cada vez mais.