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Operadoras têm ‘proposta híbrida’ para leilão de 5G

Operadoras têm ‘proposta híbrida’ para leilão de 5G

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Data: 11/01/2021
Veículo: Valor Econômico

Plano é conciliar posição com a de canais de TV que usam faixa de 3,5 GHz com parabólicas

Enquanto o comando da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) não vota a versão final do edital do leilão da quinta geração de telefonia (5G), as operadoras tentam costurar uma proposta sobre a ocupação da faixa de 3,5 gigahertz (GHz).

A Conexis Brasil Digital (antigo SindiTelebrasil) tem feito um corpo a corpo com integrantes do governo e da agência para apresentar a “solução híbrida” de conciliar interesses do setor com o de canais de televisão, que usam o mesmo espaço para levar programação da TV aberta por meio de antenas parabólicas ao interior do país e áreas de “sombra” em grandes centros onde não chega o sinal convencional.

A expectativa é que a proposta seja aceita, principalmente por atender a principal reivindicação das emissoras de TV: usar os recursos arrecadados venda de licenças do 5G em 3,5 GHz para custear a migração do sinal de satélite, recepcionado pelas parabólicas, da Banda C para a Banda Ku.

Esta semana será decisiva, pois a Conexis detalhará a proposta aos integrantes do setor de radiodifusão, após já ter discutido o tema com o comando da Anatel e representantes dos ministérios das Comunicações e Economia.

A migração é somente uma das soluções propostas para harmonizar a convivência entre os dois serviços.

A outra, que partiu das teles, está apoiada instalação de filtros nas antenas atuais para conter as interferências do sinal 5G.

Foi o atraso nos testes de eficiência dos filtros, somado às incertezas econômicas relacionadas à pandemia, que levou ao adiamento do leilão para 2021.

As emissoras de TV rejeitaram a proposta de mitigação das interferências. Elas defendem a migração do sinal para a Banda Ku como única solução. São ressaltadas as vantagens de garantir um sistema mais moderno que evitaria, daqui a alguns anos, uma nova disputa com as operadoras pela extensão da faixa de 3,5 GHz.

Somente no final de 2020, as teles passaram a apoiar a migração do sinal de parabólicas. A proposta era criticada em razão dos custos mais elevados, estimados pela Anatel em R$ 1,64 bilhão, e pela previsão de atraso de dois anos no na implantação do 5G em 3,5 GHz.

A agência calculou que a estratégia de mitigação de interferências, com a distribuição dos filtros, sairia por R$ 388 milhões. Ao todo, 6,9 milhões de famílias de baixa renda, inscritas nos programas sociais do governo federal, teriam direito de receber os equipamentos. O valor saltaria para R$ 1,1 bilhão se fosse incluída a digitalização dos canais analógicos com transmissão por satélite.

Agora, a Conexis tem estruturada a proposta de fazer a mitigação apenas nos dois primeiros anos após leilão, quando dever haver a obrigação de cobrir apenas algumas capitais. Ao cumprir essa etapa, as operadoras se encarregariam de bancar a migração do sinal das TVs para a Banda Ku, como querem as emissoras.

“Foi possível fazer um arranjo para maximizar os resultados que os dois lados buscavam, pega o que de melhor que já foi apresentado como solução”, disse ao Valor o presidente executivo da Conexis Brasil Digital, Marcos Ferrari.

Segundo ele, a solução casada não exige a digitalização dos canais analógicos e permite a implantação imediata das redes 5G em 3,5 GHz. Ferrari destaca que o gasto com a migração para a Banda Ku cai com o passar do tempo, pois o serviço tem registrado queda na demanda, confirmada por dados do IBGE. A migração é mais cara porque exige a entrega e a instalação de kits com antena, aparelho receptor e outros acessórios não relacionados ao atual sistema de parabólicas.

“Com a solução híbrida, teremos o 5G implantado sem atraso. Já ficou demonstrado que a mitigação é tecnicamente eficiente. Além disso, a migração do sinal de satélite deixará o caminho livre para futuros leilões de telefonia móvel”, disse Ferrari.

Com a migração, as teles esperam resolver um importante entrave para liberar mais capacidade de espectro para um novo leilão da nova tecnologia no prazo de cinco a dez anos. São cobiçados 500 megahertz (Mhz), de 3,7 a 4,2 GHz.

O certame deste ano oferecerá 400 MHz, somente em 3,5 GHz. Esta faixa é, mundialmente, considerada a mais estratégica para iniciar a oferta de 5G, por oferecer excelente relação entre cobertura e capacidade de transmissão. O leilão ainda oferecerá licenças em 700 MHz, 2,3 GHz e 26 GHz (Veja a tabela nesta página).

As duas principais entidades que representam os radiodifusores, a Abert e a Abratel, aguardam a apresentação técnica da Conexis para assumir uma posição.

O diretor de tecnologia da Abert, Luiz Carlos Abrahão, disse ao Valor que será preciso ver com atenção os números da redução de custo com a adotação simultaneamente das duas soluções. Existe, disse ele, a preocupação se quem não for contemplado pela troca gratuita dos equipamentos poderá ser duplamente onerado: primeiro, com a aquisição do filtro e, depois, com a necessidade de compra do kit de Banda Ku.

Assim como Abrahão, o consultor técnico da Abratel, Wender Souza, afirmou que ainda não tomou conhecimento da proposta da Conexis. Ele ressaltou que ele e representantes da entidade “permanecemos convictos de que a migração” do sinal de satélite para a Banda Ku “é a única alternativa que concilia os fatores técnicos, econômicos e de planejamento de espectro”.

 

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