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Softbank negocia a compra do estúdio DreamWorks

Softbank negocia a compra do estúdio DreamWorks

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O ousado bilionário japonês Masayoshi Son, diretor-presidente do gigantesco grupo japonês das telecomunicações SoftBank Corp., está em negociações para comprar a DreamWorks Animation SKG Inc., estúdio de Hollywood criador do filme “Como Treinar o Seu Dragão” e outros desenhos animados clássicos como “Shrek” e “Madagascar”, segundo pessoas a par da situação.

As notícias sobre um possível negócio, que começaram a circular durante o fim de semana, surgem menos de dois meses depois de Son ter desistido de uma oferta pela T-Mobile US Inc., a quarta maior operadora de celulares dos Estados Unidos, para combiná-la com a Sprint Corp., a terceira maior do mercado, que o Softbank comprou por US$ 21,6 bilhões um ano antes. Apesar de extensivo lobby em Washington, Son não conseguiu superar o ceticismo dos reguladores, que preferem preservar grandes operadoras de celular no mercado americano.

A compra da DreamWorks Animation, se efetivada, daria a Son outra rota para tentar viabilizar sua ambição de desafiar as duas maiores operadoras de celular dos EUA, a AT&T Inc. e a Verizon Communications Inc. Em vez de expandir sua rede diretamente, o que seria possível com a compra da T-Mobile, Son agora, aparentemente, está querendo diferenciar sua empresa com uma ampla gama de conteúdo exclusivo. A DreamWorks se uniria a uma série de outros provedores de conteúdo que Son comprou nos últimos anos, principalmente no segmento de videogames.

Son tornou-se o primeiro investidor japonês proeminente a buscar negócios em Hollywood 25 anos atrás, quando uma série de empresas de eletrônicos do Japão comprou ativos de estúdios.

As pessoas a par das negociações não quiseram revelar um possível preço, mas o valor de mercado da DreamWorks hoje está em torno de US$ 2 bilhões.

A notícia sobre um possível acordo é divulgada num momento crucial para a DreamWorks Animation e seu diretor-presi-dente, Jeffrey Katzenberg, um dos executivos mais importantes de Hollywood. Katzenberg vem buscando uma estratégia de longo prazo para o estúdio combater uma onda recente de resultados indesejados nas bilheterias. A compra pelo Softbank ajudaria o estúdio a se expandir no mercado de rápido crescimento da Ásia.

Uma leva de títulos decepcionantes derrubou a cotação das ações da empresa, forçando Katzenberg a garantir aos investidores que uma ampliação da presença da companhia em setores como televisão, vídeo digital e produtos ao consumidor ajudaria a reduzir a dependência da ação nos dois ou três filmes que o estúdio lança anualmente.

As negociações também acontecem em um momento crítico para o SoftBank e para o setor corporativo japonês. O primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, está encorajando empresas do país a tentar crescer no exterior depois de mais de duas décadas de estagnação econômica.

Son é um dos poucos empresários japoneses a ter a arrogância típica dos homens de negócio de Hollywood. Sua fortuna pessoal é avaliada em US$ 14,8 bilhões, segundo dados da Bloomberg até sexta-feira, fazendo dele o segundo homem mais rico do Japão.

Son já disse que quer tornar o SoftBank a maior empresa do mundo e afirmou em uma apresentação a investidores em julho que pretende aumentar o valor de mercado da companhia, hoje de um pouco menos de 10 trilhões de ienes, ou cerca de US$ 90 bilhões, para 200 trilhões de ienes até 2040.

O SoftBank fez uma demonstração da sua determinação em se expandir anunciando que havia lucrado em torno de US$ 5 bilhões com um dos investimentos mais inteligentes feitos for Son: uma fatia de 32% no Alibaba Group Holding Ltd., a empresa de internet chinesa que abriu seu capital nos EUA este mês. As ações do Alibaba dispararam em sua estreia na bolsa e a participação do Softbank, inicialmente adquirida por US$ 20 milhões, 14 anos atrás, é agora avaliada em US$ 71 bilhões.

Mesmo antes da abertura de capital do Alibaba, pessoas próximas a Son dizem que banqueiros no Japão já vinham brigando para financiar suas aventuras internacionais. Son mantém um quadro em seu escritório com uma lista em constante mudança de possíveis negócios. O SoftBank já possui investimentos em mais de 1.300 empresas.

Nos últimos meses, o SoftBank já foi associado a uma lista de alvos potenciais, incluindo a Line Corp., operadora japone-sa de serviços de mensagem em celulares, um mercado de rápido crescimento; a Vodafone Group PLC, operadora de celular com sede na Grã-Bretanha; o Grupo Iusacell, operadora mexicana de celular; e a empresa de internet americana Yahoo Inc. O SoftBank já tem uma fatia no Yahoo Japan Corp., que foi originalmente formado como uma joint venture entre o Yahoo Inc. e o SoftBank.

Os sonhos hollywoodianos de Son fazem lebrar outras investidas japonesas na indústria do cinema no fim dos anos 80 pela Sony, JVC/Victor Co. e Matsushita Electric Industrial Co. Muitos desses esforços, porém, tropeçaram. A Sony ainda conserva seu braço de entretenimento e, embora batalhe para conter as extrava-gâncias de Hollywood, seu estúdio tem sido um dos poucos ativos com desempenho estável.

Valor Econômico -The Wall Street Journal Americas
Por Eric Pfanner e Erich Schwartzel | The Wall Street Journal, de Tóquio e Los Angeles

 

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