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Telecom perde terreno para indústria de TI ano após ano, aponta pesquisa MCTI

Telecom perde terreno para indústria de TI ano após ano, aponta pesquisa MCTI

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Data: 20/7/2022
Veículo: Tele.Síntese

Setor de TIC teve produção estimada em US$ 53,3 bilhões, no ano passado, alta de 6,5%. Mas Enquanto o software cresceu 9,2%, telecomunicações tiveram alta de apenas 1,9%. Os dados foram divulgados hoje pelo MCTIC.

Em 2021, a Indústria de Software e Serviços de TIC (ISSTIC) no Brasil registrou um crescimento de 6,5% em relação ao ano anterior, e o setor teve uma produção estimada em US$ 53,3 bilhões, no ano passado, segundo dados do relatório “Indústria de Software e Serviços de TIC no Brasil: Caracterização e Trajetória Recente”, divulgado nesta terça, 19, pelo MCTI (Ministério da Ciência Tecnologia e Inovações). O valor responde por 82,8% do total dos serviços produzidos pelo setor de TIC (Tecnologia da Informação e Comunicação). 

No ano passado, a indústria de software, responsável por cerca de um quinto da ISSTIC, cresceu 9,2% e telecomunicações apenas 1,9%. O Softex lembra que telecom perde espaço para a indústria de software e serviços de TI desde 2019. Nesse período, inclusive, serviços de TI tiveram o melhor desempenho: crescimento médio de 6,5% ao ano e aumento da participação na ISSTIC de 2,5 pontos percentuais.

Em 2021, estima-se que os gastos em TIC no Brasil tenham alcançado cerca de US$ 64,4 bilhões, considerando as tecnologias novas e as tradicionais. O valor representa pouco mais de 1% da atividade no mundo.

Apesar da pouca contribuição internacional, a atividade tem ganhado cada vez mais espaço no Brasil. O montante representou cerca de 4% do PIB nacional.

O Softex compara 2021 com 2019 e destaca um incremento de 1,1 ponto percentual na contribuição do setor sobre o PIB. O mercado de TIC brasileiro e o PIB, porém, caminham em direções divergentes há pelo menos seis anos.

Conforme o observatório apresentou em gráficos, nos momentos em que a produção brasileira recuou, a economia da informação avançou; e, quando o país avançou, o setor TIC mostrou estabilidade ou desaceleração no ritmo de crescimento. Enquanto a produção brasileira mostrou redução de 3,9% e aumento de 4,6% em 2020 e 2021, respectivamente, o setor TIC nacional exibiu crescimento de 12,2% e 7%, nesta ordem.

Pode dar a impressão de que TIC está caindo, mas não. Está apenas “se acomodando”, disse o ministro Paulo Alvim, da Ciência, Tecnologia e Inovações, durante o lançamento do estudo.

“TIC crescia proporcionalmente, agora se descolou da taxa de PIB. Com isso, TIC está se reposicionando, até porque não dá para pensar em PIB de dois dígitos”, falou Alvim, que assumiu a pasta em março de 2022. A pesquisa foi elaborada pela equipe  do Observatório Softex, unidade de estudos e pesquisas que trabalha para o MCTI. O estudo teve início no final de 2021, durou quatro meses e aborda apenas serviços nos dois segmentos.

PROJEÇÕES

Em termos de projeções futuras para o Brasil, o relatório estima para a ISSTIC gastos 8,2% maiores em 2022, chegando à casa dos US$ 69,7 bilhões. Isso equivale a um aumento de 1,3% na participação no mercado mundial de serviços de TIC.

Esse desempenho estaria relacionado ao mercado de software, impulsionado pelo crescimento da economia digital como resposta ao novo cenário gerado pela pandemia, demandando investimentos consideráveis ​​em segurança de dados e na aceleração da migração para a nuvem.

COMÉRCIO EXTERIOR

O relatório também relaciona que, embora seja o nono maior mercado global de TIC e a 11ª economia mundial em 2020, o Brasil movimentou US$ 8,5 bilhões em exportações e importações de serviços de Tecnologia da Informação e Comunicação. Com isso, se posicionou como o 24º país no mundo em comércio exterior neste setor. Não é a melhor das posições, mas o volume comercializado entre o Brasil e o exterior no setor de TI e serviços de telecom cresceu 7,7% em 2020, em relação a 2021, por conta principalmente das importações relacionadas a serviços computacionais.

Gráfico mostra os números do comércio exterior do setor - reprodução
Gráfico mostra os números do comércio exterior do setor – reprodução

Desde 2005, o Brasil adquire mais serviços de Tecnologia da Informação e Comunicação do que fornece ao exterior, o que gera déficit na balança comercial do setor de TI e serviços em telecomunicações. Em 2020, o saldo registrou saída de US$ 3,5 bilhões e variação de 25,2% em relação ao ano anterior. Tal resultado, diz o Softex, foi decorrente das compras de serviços computacionais do exterior, que aprofundou o déficit comercial em 21,6% no ano e respondeu por 83,6% da balança comercial brasileira do setor de TI e serviços em telecomunicações.

Serviços computacionais foi o grupo que menos variou no período. Telecomunicações intensificaram o déficit comercial em 50,4% e serviços de TI, em 42,5% no ano. Isto representou uma saída de US$ 412 milhões e de US$ 171 milhões, respectivamente.

EXPORTAÇÕES

O país atraiu US$ 2,5 bilhões em exportações de serviços de TI e telecomunicações em 2019 e 2020, em cada ano, mas o período representou redução do total vendido ao exterior de 1,6% e 1,9%, respectivamente.

Desse total, o grupo de serviços computacionais teve 82,1% das vendas (US$ 2,1 bilhões), seguido por telecomunicações, com US$ 387 milhões (15,3% do total vendido ao exterior), e serviços de TI, segmento que registrou entrada de US$ 65 milhões no país e respondeu por 2,6% do valor exportado pelo setor.

O relatório ressalta que o crescimento médio anual das exportações foi bastante superior ao das importações no período – de 13,8% comparado com 7,8% das importações, entre 2005 e 2020. Se este ritmo continuasse, a balança de serviços do setor poderia vir a ser superavitária em 2037.

Serviços computacionais também foram o segmento que apresentou a maior média de crescimento anual no intervalo, alcançando 22,6%, enquanto serviços de TI registraram aumento médio anual de 14%; e telecom, apenas 3,2%.

IMPORTAÇÕES

Já as importações do setor de TI e serviços em telecomunicações, em 2020, cresceram 12,3% ao ano, atingindo US$ 6,1 bilhões. O comportamento de serviços computacionais foi determinante, pois o segmento foi responsável por 82,9% do total importado no setor pelo Brasil no período.

O Softex afirma que a participação do segmento vem caindo em consequência da expansão das compras de serviços em telecomunicações. Para ilustrar, os dados apontam que, em 2005, serviços computacionais respondiam por 90,9% das importações do setor no Brasil, enquanto telecomunicações compravam 5,9% e serviços em TI, 3,1%. Em 2020, as razões destes dois segmentos passaram para 13,2% e 3,9%, nesta ordem.

NO MUNDO

O estudo também apresenta dados e faz projeções globais para os setores em questão.

Os gastos mundiais com serviços de TIC cresceram menos de 5% a cada ano desde a crise financeira de 2009 até 2018. Somente em 2019 e em 2021 este patamar foi superado.

De acordo com o relatório, “os últimos anos foram atípicos e de desafios generalizados, principalmente em decorrência da pandemia da Covid-19, iniciada em março de 2020”.

Mesmo com toda a atividade apresentando contração intensa (-3,1% em 2020), o mercado mundial de serviços de TIC se manteve praticamente estável nesse ano, com redução de apenas 0,3% no período.

Em 2021, o mercado de tecnologia alcançou US$ 5,1 trilhões e reverteu o resultado anterior com um crescimento relevante de 5,4%, considerando as novas e tradicionais tecnologias. Porém, o índice ainda ficou abaixo da taxa de crescimento da economia global, estimada em 6,1%.

Em relação ao futuro, o estudo da Softex aponta que “diante de um contexto econômico desafiador, caracterizado pelo momento pós-pandemia, com choques externos e crise energética, as expectativas são de que o mercado de tecnologia deve se ajustar ao comportamento da economia global, apresentando um crescimento um pouco superior”.

Com base em estudo da consultoria alemã Statista, o Softex indica que o mercado de Tecnologia da Informação e Comunicação global deve alcançar US$ 5,5 trilhões em gastos em 2022 (estima-se crescimento de 6,0% no ano) e quase US$ 6 trilhões em 2023 (6,2% ao ano). Isso consolidaria a recuperação após a queda registrada em 2020, conclui.

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