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Entrevista: Rodrigo Zerbone (Anatel)

Entrevista: Rodrigo Zerbone (Anatel)

Presidente do Gired (Grupo de Implantação do Processo de Redistribuição e Digitalização de Canais de TV e RTV) e membro do Conselho Diretor da Anatel, Rodrigo Zerbone concede entrevista à Abratel na semana em que deixa os dois cargos ao término de seu mandato em 04 de novembro de 2016. Zerbone tomou posse como conselheiro em 2011 e presidiu os trabalhos do Gired desde sua criação, em 2014.

Como foi o processo de elaboração do Gired?   

Na elaboração do edital, nós avaliamos qual seria a melhor forma de lidar com um processo tão complexo como esse. Afinal, envolve dois grupos econômicos muito fortes e com interesses antagônicos, que é a telecomunicação e a radiodifusão. O objetivo é um processo de desligamento do sinal analógico concomitante à liberação da faixa e a entrada em operação do LTE imediatamente posterior. Isso gerou um nível de complexidade que praticamente nenhum outro país teve em seu processo de desligamento, e que nós tivemos que lidar. Logo no início avaliamos que o ideal seria que um Conselheiro assumisse a presidência do Grupo, e não um superintendente como normalmente é.

Como presidente do Gired, como avalia os 23 meses de trabalho do Grupo?  

O Gired, na verdade, nasce um pouco antes de ser instituído. Assim que assumi o Grupo, logo depois do leilão e sua institucionalização, a primeira pontuação que fiz foi a de que todos os integrantes do Gired tivessem representatividade, interlocução e capacidade de se posicionar. Apesar de lidarmos com mecanismos decisórios de votações, empates e recursos, o objetivo principal sempre foi o consenso.

E como são tomadas as decisões?

Desde o início sempre bem fundamentadas com a criação dos grupos técnicos. Todos os setores puderam se reunir para elaborar cada um dos temas e trazer visões que fossem tecnicamente robustas, para o grupo executivo tomar a decisão final.

Todas as decisões, então, foram embasadas e conduzidas com flexibilidade para que todas as visões fossem contempladas. E deu certo, nós temos um histórico no Gired de quase 100% de decisões consensuais.

Como foi conciliar a presidência do Gired com as demandas como Conselheiro?

No início eu tirei minha agenda para tratar quase que exclusivamente do Gired. Desloquei dois assessores para cuidarem do assunto e isso foi bem importante na fase inicial de estruturação do Grupo. Nesse momento aumentei o ritmo de reuniões, inclusive específicas com indivíduos dos grupos, para que a cultura do diálogo pudesse ser criada. Como o objetivo sempre foi o consenso, analisamos que somente dessa forma, sabendo ouvir posicionamentos divergentes, que poderíamos alcança-lo. Também foi importante que o Governo não colocasse mão de ferro em decisões pré-estabelecidas por eles.

A constante mudança de ministros das Comunicações afetou o trabalho do Gired?

De certa forma sim, mas isso também aconteceu dentro do próprio governo Dilma. Logo no início do Gired o ministro era o Paulo Bernardo, depois assumiu o ministro Berzoini, veio o ministro André Figueiredo e por fim a gestão do ministro Kassab. De fato, se alterou a equipe que trabalha diretamente no Gired, principalmente o secretario de radiodifusão. Mas contamos previamente com essa possibilidade e estivemos sempre preparados para isso. Organizamos resumos, compilados, para que a nova equipe que assumisse pudesse entrar integrada com os assuntos da pauta, e atuando para não atrapalhar o andamento do grupo.

E como está o processo do desligamento analógico em Brasília?

O processo de desligamento em Brasília já começou com um grande benefício, que é receber a reflexão e o amadurecimento do piloto em Rio Verde. Conseguimos reajustar as entregas de conversores do Bolsa Família também para o Cadastro Único.

Enquanto em Rio Verde o cenário faltando 60 dias para o desligamento era em torno de 60% da população apta ao sinal digital, em Brasília a gente já estava com percentual na casa dos 80%. A última pesquisa apontou um nível alto próximo a 90%, que dá um panorama muito positivo para o desligamento em Brasília. É claro que, perto do dia 17 de novembro, data final para o desligamento em Brasília, haverá um crescimento muito grande na compra de conversores. Mas foi assim no mundo inteiro. Na última semana do desligamento em Rio Verde, por exemplo, o aumento na compra de conversores subiu 8 pontos percentuais. Há também estudos que apontam uma explosão de conversão nas 72 horas seguintes ao desligamento do sinal. Se no mundo inteiro foi assim, no Brasil provavelmente também será.

Por Marcela Oliveira
Assessoria de Comunicação da Abratel

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