Antes de chegar em casa, você aciona o ar condicionado para afastar o calor de um dia quente de verão. Um movimento na rua acende as luzes do seu quintal. A geladeira emite alertas sobre a temperatura interna e até avisa quando os alimentos estão fora da data de validade. No smartphone, aplicativos medem o batimento cardíaco e a pressão arterial, e os dados são compartilhados automaticamente com seu médico. O que parecia futuro já é realidade graças à Internet das Coisas (IoT, na sigla em inglês), uma rede de objetos que se comunicam e interagem de forma autônoma, via internet. Assim, é possível monitorar e gerenciar dispositivos por meio de um software para aumentar a eficiência de sistemas e processos, habilitar novos serviços e melhorar a qualidade de vida das pessoas.
“A Internet das Coisas já é uma realidade. A cada dia, mais coisas se conectam à internet para informar sua situação, receber instruções e até mesmo praticar ações com base nas informações recebidas. Mais que a próxima evolução da tecnologia da informação, a Internet das Coisas redefine a maneira como interagimos com o mundo físico e viabiliza novas formas de produzir, fazer negócios, gerenciar infraestrutura pública, prover segurança e organizar a vida das pessoas”, afirma o ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Gilberto Kassab.
Para funcionar, a Internet das Coisas precisa de sensores, para compilar os dados de uma determinada atividade ou aplicação. O próximo passo é processar essas informações. Com os dados em mãos, o dispositivo sugere ações, atuando para mudar algo no ambiente de forma automatizada.
Mundo conectado
Em 2015, o pesquisador do Massachusetts Institute of Technology (MIT), Kevin Ashton, um dos primeiros a se debruçar sobre o tema, ofereceu uma interessante definição sobre IoT. “Estamos presenciando o momento em que duas redes distintas – a rede de comunicações humanas, exemplificada na internet, e o mundo real das coisas – precisam se encontrar. Um ponto de encontro onde não mais apenas ‘usaremos um computador’, mas onde o ‘computador se use’ independentemente, de modo a tornar a vida mais eficiente. Os objetos, as ‘coisas’, estarão conectados entre si e em rede, de modo inteligente, e passarão a ‘sentir’ o mundo ao redor e interagir”, explicou Ashton em entrevista à revista eletrônica Inovação em Pauta, publicada pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep).
Estimativas feitas pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) apontam que há, no Brasil, cerca de 20 milhões de conexões máquina-máquina. A previsão é que o número salte para 42 milhões em 2020. No mundo todo, até 2025, o total de objetos conectados deve ficar entre 100 milhões e 200 milhões, de acordo com a consultoria Teleco.
Segundo o secretário de Políticas de Informática do MCTIC, Maximiliano Martinhão, o Brasil é um dos principais polos em IoT. Quarto maior mercado consumidor de equipamentos conectados do mundo, o país tem potencial para ampliar sua participação global, juntamente com o desenvolvimento de soluções para o mercado doméstico.
“Até 2025, cada cidadão brasileiro terá, em torno de si, sete equipamentos máquina-máquina – seja um relógio que está conectado, seja a televisão, seja o carro. O mercado brasileiro vai crescer muito, e desse crescimento vai surgir uma série de serviços e aplicações, que são uma oportunidade de desenvolvimento sócio-econômico para o país. Se nos prepararmos, as empresas brasileiras poderão atender o nosso mercado e o mercado internacional”, destacou Martinhão.
Fonte: MCTIC