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Wibson: startup argentina desembarca no Brasil para ajudar empresas a cumprirem com a LGPD

Wibson: startup argentina desembarca no Brasil para ajudar empresas a cumprirem com a LGPD

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Data: 29/11/2021
Veículo: Labs News

Startup mira o mercado brasileiro com o sonho de se tornar o primeiro unicórnio de privacidade da América Latina

Não tenho dúvidas de que, daqui três anos, vai aparecer um unicórnio de privacidade na América Latina”: o dono dessa previsão é o engenheiro industrial e empreendedor argentino, Rodrigo Irarrazaval. Recém-chegado ao Brasil, o empresário planeja transformar sua startup, a Wibson, na companhia líder em privacidade na região.

Ao lado do sócio Daniel Fernandez, Irarrazaval desenvolveu uma solução de SaaS para empresas que ainda não estão de acordo com a Lei de Proteção de Dados (LGPD). O negócio foi iniciado em 2018, quando a dupla percebeu que poderia oferecer um serviço de privacidade para empresas europeias interessadas na adequação à GDPR — legislação homóloga de privacidade de dados da União Europeia.

No Brasil, a LGPD entrou em vigor em agosto de 2020, mas ainda não foi completamente assimilada pelas companhias. De acordo com um estudo realizado pela especialista em tecnologia e marketing digital RD Station com quase mil empresas, 93% das companhias tinham conhecimento da lei. No entanto, até agosto de 2021, apenas 15% delas se mostrou prontas ou em reta final de preparação para adequação à LGPD.

A lei prevê multas que podem chegar a 2% da receita de empresas, com um limite para R$ 50 milhões. E são justamente nesses “atrasados” que está o público-alvo da startup: a Wibson quer provar que não é tão difícil se adequar às normas. Para ajudar nesse processo a companhia recebeu um aporte liderado pelo Newtopia VC.

Se você olhar para a Europa, está olhando para o futuro da privacidade. O mesmo que aconteceu por lá vai se repetir na América Latina. Por lá, assim que começaram as multas, as empresas começaram a se adequar. O latino-americano tem síndrome de estudante, faz tudo na última hora. Por isso é preciso educar as empresas.

RODRIGO IRARRAZAVAL, CEO DA WIBSON

Como todas as empresas brasileiras precisam estar de acordo com a LGPD, a startup espera ter um crescimento significativo e gerar um faturamento de R$3 milhões em 2022.

Privacidade: começando pelo básico

A startup argentina chega ao Brasil no momento em que mais de 6 milhões de empresas precisam se adequar às normas da LGPD. Com estrutura focada em tecnologia, a primeira solução oferecida pela Wibson é um banner a respeito dos cookies (usados para rastrear a navegação dos usuários) que pode ser inserido no site da empresa com apenas uma linha de código.

O executivo conta que adequar o site das empresas por meio de sua solução pode parecer básico, mas é uma estratégia conquistar pequenas e médias empresas. Em geral, os líderes desse tipo de negócio considera a adequação às normas de privacidade caras e ainda não entende sua importância.

“Muitas empresas não sabem ainda como se adequar à LGPD, principalmente as PME’s, que normalmente não contam com assistência ou um departamento jurídico. É tudo muito novo para todos. Por isso, com o nosso conhecimento, queremos ajudar essas empresas. Nosso objetivo é construir um ecossistema de dados mais transparente e justo, ajudando-as a cumprir os regulamentos começando com o básico: o site”, explica Irarrazaval.

O CEO da Wibson, Rodrigo Irarrazaval: startup argentina escolheu o Brasil como ponto de partida para expansão na América Latina. Foto: Divulgação

Ao mesmo tempo que ajuda a administrar os dados capturados nos sites, a solução Wibson permite que os usuários tenham controle e possam solicitar a qualquer momento suas informações. O sistema da startup Wibson de cibersegurança analisa o site dos clientes em menos de 5 minutos e gera uma política de cookies e de privacidade, que pode ser personalizada, para ser incluída no site com apenas uma linha de código.

DPO de casa não faz milagre

A LGPD brasileira é inspirada na GDPR, legislação homóloga da União Europeia para privacidade dos usuários. Segundo Irarrazaval, a Wibson vai aplicar seu know-how nesse tipo de implementação para ajudar as companhias da América Latina no cumprimento das especificações de privacidade trazidas pelas regulamentações.

Atualmente, a startup é parceira e fornecedora de soluções de privacidade para a União Europeia.

A regulamentação não é complicada. Você pode ler e entender a LGPD, GDPR, mas saber quais são as melhores práticas, como lidar com cada caso é o desafio

RODRIGO IRARRAZAVAL, CEO DA WIBSON

Uma das oportunidades que a startup observa no mercado local é possibilidade de oferecer o serviço de Data Protection Officer (DPO) como um complemento ao seu software. A startup de cibersegurança notou que boa parte das empresas abordadas ainda não contam com esse profissional responsável pela gestão de dados e privacidade nas companhias.

“O DPO tem que ter uma posição de impacto e poder de decisão. Em muitos casoso, o que acontece é que, quando as empresas têm um especialista interno, ninguém dá muita importância. Ter um DPO externo ajuda nesse sentido”, conta o fundador da Wibson.

A expansão para a América Latina e a privacidade como diferencial

Para facilitar sua adaptação, a empresa está contratando especialistas em privacidade no mercado brasileiro e ainda procura um sócio brasileiro para atuar como COO, baseado em São Paulo.

“Agora, estamos buscando nosso sócio brasileiro, um COO em São Paulo. Vamos dar muita importância para essa pessoa, que vai liderar a operação e, juntos, crescer no Brasil”, explica o executivo.

Seguindo a receita de startup argentina — empresas criadas para expandir pelo continente — a Wibson também se interessa por outros mercados no continente. ColômbiaMéxico e Peru são países que podem receber a solução da marca nos próximos anos. No entanto, isso depende da evolução desses mercados e de suas legislações sobre privacidade.

O CEO da Wibson acredita que a importância da gestão de dados será uma discussão comum tanto para empresas quanto do ponto de vista dos consumidores: “Hoje, privacidade é um diferencial. Se você assiste aos comerciais do iPhone, a Apple não ressalta mais a melhor câmera, ou a melhor tela. Ela já está vendendo privacidade, porque é o que as pessoas querem comprar agora”.

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