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Dispositivos conectados avulsos têm janela de oportunidade diante das TVs conectadas

Dispositivos conectados avulsos têm janela de oportunidade diante das TVs conectadas

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Data: 27/04/2021
Veículo: Tela Viva

Se o consumo de streaming tem aumentado significativamente nos últimos anos, os serviços e modelos de negócio para este mercado têm acompanhado esse crescimento, com novas janelas de oportunidade se abrindo, bem como modelos de parceria e monetização. No entanto, há riscos de segurança relacionados a esses ambientes conectados. O assunto foi tema de painel nesta terça-feira, 27 de abril, segundo dia do evento virtual Streaming Brasil 2021, promovido pelas publicações TELETIME e TELA VIVA.

No debate, ficou evidente a oportunidade que os dispositivos conectados avulsos têm diante das TVs conectadas – revelando um cenário bastante favorável para empresas que investem nesse tipo de produto. Um exemplo é a Roku que, no ano passado, lançou o dispositivo de streaming Roku Express, carro-chefe da empresa. “Existem muitos consumidores que estão trocando de TV porque não sabem que podem fazer um upgrade por meio dessas caixinhas gastando uma parcela pequena do preço que pagariam por um televisor novo”, pontua Luís Bianchi, diretor de marketing da Roku TV. “É um mercado de oportunidade que, infelizmente, está dominado por caixas não-homologadas, isto é, piratas. Precisamos fazer um trabalho forte de combate a isso. O próprio consumidor assina sem saber”, enfatiza. Claudio Blatt, diretor geral da Elsys, que também trabalha com streaming box concorda: “As TVs, por mais novas que sejam, vão ficando ultrapassadas, têm suas limitações técnicas. Caixinhas atualizadas permitem uma experiência melhor. A pessoa pode levar na mochila e ter o serviço de streaming na TV onde ela for – uma pousada com a família, por exemplo. Uma caixinha moderna, homologada e certificada garante uma boa experiência de streaming ao usuário. O parque de TVs da América Latina é bastante ultrapassado”.

Tanto a Elsys quanto a Roku trabalham com incorporação de conteúdos. No caso da Elsys, que está na Android TV, tudo o que está disponível na mesma pode ser assistido por meio de suas caixas. “O que estamos fazendo é destacar alguns parceiros, como o Globoplay, com quem temos um acordo comercial, e também a DirecTV GO, com quem fechamos uma parceria para os próximos meses. Esse destaque é feito com o ícone no controle remoto ou fazendo com que o serviço apareça logo quando o consumidor liga o aparelho, por exemplo”, explica Blatt. “Temos flexibilidade para colocar a plataforma em destaque e fazer customizações, mas não existe co-billing”, explica. A Roku, por sua vez, também atua de forma próxima aos parceiros de conteúdo com o objetivo de gerar mais engajamento e mais horas de streaming assistidas. “Desde o primeiro momento, quando a gente começa a vender os dispositivos, já é importante ter os parceiros de conteúdo perto da gente. O consumidor é drivado pelo que ele vai encontrar nesse serviço”, afirma Bianchi, que também tem o Globoplay como parceiro local.

A empresa tem contratos com parceiros que podem envolver diferentes modalidades. Um destaque que ela oferece é o Roku Pay, um sistema de pagamento próprio que traz a integração do faturamento e que tem como objetivo diminuir a complexidade que o usuário que assina diversas plataformas enfrenta no seu dia a dia quando quer alugar um filme ou assinar um novo serviço, por exemplo. “Esse usuário assinante de diversos serviços precisa, para cada um deles, criar um login e senha, colocar o número do cartão de crédito… Com o Roku Pay, ele só precisa digitar uma senha de quatro dígitos no próprio controle remoto e consegue efetuar essas ações na plataforma da Roku e nos parceiros de conteúdo. Para eles, essa conversão é muito benéfica e faz sentido”, observa o diretor.

Experiência do usuário 

Funcionalidades como o Roku Pay têm como objetivo principal uma melhora na experiência do usuário de serviços de streaming – esse é o mesmo objetivo de empresas como a Penthera, que desenvolve aplicações para o mercado de streaming. Entre seus clientes, estão Globo e Telecine, localmente; Cinépolis, na América Latina; e Paramount+, no âmbito mundial. “Nossa companhia oferece soluções pros OTTs para melhorar a entrega de seus conteúdos aos usuários. A ideia é que eles não percam seus clientes e que os clientes, por sua vez, tenham cada vez mais uma melhor experiência de conteúdo”, define Abel Honigsblum, general manager.

Entre as aplicações que a Penthera desenvolve – e que Honigsblum considera uma das mais fundamentais para as plataformas – é a funcionalidade do download, que eles estão implementando para o Telecine, por exemplo. Uma pesquisa da empresa chamada Latam Streaming Report identificou que 80% do público do Brasil que ter essa possibilidade de fazer download dos conteúdos em vídeo. “O país tem muitos problemas de conexão de internet – a banda larga está presente e em crescimento, mas ainda não é estável. Oscila demais”, aponta o executivo. “A possibilidade de baixar o conteúdo e assistir sem ter problemas com a internet facilita muito para que o usuário tenha uma melhor experiência dentro do serviço. Mas ficamos surpresos ao descobrir que a maioria das pessoas que faz o download não assiste ao vídeo no trabalho, no metrô ou no trem, e sim dentro da própria casa. Isso nós não esperávamos. Acredito que o cenário da pandemia ajuda a explicar essa questão – famílias inteiras estão em casa, trabalhando, estudando, cada um fazendo uma coisa. A internet fica carregada mesmo. Quando o conteúdo foi baixado em outro momento, ele roda sem problemas”, conta Honigsblum. A Penthera é a única empresa que oferece essa funcionalidade como software de serviço.

No entanto, o download pode trazer alguns problemas, sendo um deles os dispositivos usados para baixar os vídeos, que às vezes podem não possuir espaço suficiente. “Esse é um desafio especialmente no Android, que tem menos capacidade do que o iOS. O OTT tem que colocar limitações, deixar claro pro usuário que não dá para fazer download de tudo. O Paramount+, por exemplo, permite cinco downloads por vez, justamente para evitar ele problema”, diz o general manager. Outro ponto é a questão da segurança – nesse sentido, Honigsblum confirma que eles fazem integração com a DRM do cliente.

Segurança 

Para Danilo Almeida, diretor de tecnologia da Nagra, empresa que oferece soluções de segurança e experiência de usuário em várias telas para a monetização de mídia digital, o maior desafio que o mercado de streaming encontra atualmente é a segurança: “Combater a pirataria não pode ser só pelo caminho regulatório. Dá para combater com tecnologia também. Precisamos desmistificar um pouco os piratas. Reconhecer que eles são bem organizados e que fazem grandes investimentos para poder distribuir seu sinal. E também reconhecer como eles atuam para poder desmantelar isso”. A Nagra tem um laboratório bem focado na parte da pirataria e outro, mais amplo, focado na parte de cyber security, onde certifica e valida dispositivos, tais como caixas de streaming, lâmpadas e smart plugs. “Vemos muito roubo de dados. O que você deixa transitar no seu wi-fi é enviado para fora. O extravio de dados fica bastante evidente em todas as nossas análises”, conta.

A segurança dentro do universo do streaming passa pela proteção do conteúdo e também do ecossistema. “A complexidade da engenharia do software é grande. Estamos falando de SDKs diferentes. A maior parte das histórias que ouvimos dos clientes é que eles precisaram investir em equipes especializadas em dispositivos e em sistemas operacionais por conta disso. O ideal é que você desenhe sua engenharia de forma que a maior parte de seu software seja comum a todas as plataformas. Não é uma atividade simples; sempre teremos especificidades em alguma delas. Mas isso vai melhor o investimento necessário em pessoal e também a experiência de entrega do produto”, analisa Almeida.

Demais desafios e tendências para o futuro 

Blatt, Honigsblum e Bianchi concordam que o maior desafio do streaming hoje é oferecer uma melhor experiência para o usuário. “O consumidor é soberano. Ele vai escolher o que for melhor para ele. Então pensar nessa experiência é a garantia do sucesso”, aposta Blatt.

Honigsblum, por sua vez, declara: “OTTs que querem ter sucesso precisam pensar no usuário – ele está cansado de serviços que demoram muito, por exemplo. Outra tendência que eu vejo é o AVOD, que deve crescer cada vez mais. Mas acho que a publicidade não inova – e precisa pensar nisso. Não pode copiar o comercial de um país para o outro. Precisa investir em publicidade para o mercado local”.

E Bianchi conclui: “2020 deu início à década do streaming. A pandemia acelerou e muito sua adoção pelos consumidores. Precisamos estar comprometidos em levar a melhor experiência para o consumidor, com plataformas fáceis de usar, que funcionem bem, com um preço que caiba no bolso e conteúdos que interessem”.

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